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Produção de miolo de amêndoa em Portugal pode triplicar nos próximos cinco anos


A área de novo amendoal tem crescido e continuará a crescer, ultrapassando os 66 mil hectares em 2023. Só na zona do Alqueva, deverá expandir-se por, pelo menos, mais 1.540 hectares. Como resultado, a produção de miolo de amêndoa pode triplicar dentro de cinco ou seis anos. Estas foram algumas das revelações do III Congresso Portugal Nuts, que reuniu mais de 400 participantes, sob o tema central 'Abraçar o Futuro'.


António Saraiva, diretor executivo da Portugal Nuts

Portugal regista em 2024 a entrada em produção de pelo menos mais 6.000 hectares de amendoal, dos quais mais 4.000 na zona do Alqueva, o que significa, aproximadamente, 10% da sua área total. A continuar este crescimento, o país caminha para figurar no top 5 dos principais produtores mundiais.


Este foi um dos destaques do ITI Congresso Portugal Nuts, organizado no final de maio, em Beja, pela Associação de Promoção de Frutos Secos. Centrado no tema 'Abraçar o Futuro', discutiu, junto de profissionais portugueses e espanhóis e perante os mais de 100 participantes, assuntos relevantes e atuais para a produção de amêndoa e noz no país, como as mudanças climáticas, as questões da água, a sustentabilidade, a perspetiva da evolução dos preços mundiais e as tendências de consumo.



NUTSDATA: UM PORTAL PARA OS PRODUTORES


No evento foram revelados os primeiros dados do NutsData, portal de recolha de dados e informações essenciais sobre os pomares de frutos secos, lançado pela Portugal Nuts. O portal contou com a participação dos associados para a recolha e conhecimento dos dados da campanha de 2023, nomeadamente das áreas de cultura, variedades, tipologias entre outras informações essenciais para conhecer e divulgar as novas plantações no país.


De acordo com os dados do portal, a área das plantações detida pelos 56 associados da Portugal Nuts, é de 17.414 hectares de amendoal e 1.357 hectares ele nogueiral, o que corresponde a 25% da produção total do país, em ambas as culturas. Os associados têm a área dos seus amendoais repartida pelo Alentejo (73%), Beira Interior (15%) e Ribatejo (7%). Já os nogueirais dos associados estão também maioritariamente implantados no Alentejo (70%) e ainda no Ribatejo (25%). "Estas áreas contribuíram com 7.900 toneladas de miolo de amêndoa e 1.246 toneladas de noz em casca. Este estudo, também apurou que os associados da Portugal Nuts têm 522 postos de trabalho fixos nas suas atividades ligadas aos frutos secos", destaca a Portugal Nuts.


Os dados revelam também que uma percentagem muito significativa da área já recorre a práticas de proteção do solo e associadas à preservação da biodiversidade.




METADE DO AMENDOAL AINDA NÃO PRODUZ


Estes números revelam ainda que metade da área de amendoal não começou a produzir em 2023. Isto, porque, são plantações novas com menos de três anos e ainda estão em formação.

Tal faz antever que a produção de miolo de amêndoa em Portugal pode, "pelo menos, triplicar nos próximos cinco ou seis anos", quando as atuais plantações atingirem o seu potencial máximo, "passando das 20 mil toneladas de miolo de amêndoa que podem ter sido produzidas em 2023 para, em cinco ou seis anos, chegar às 60 mil toneladas".

"A cultura do amendoal deve ser reconhecida como de importância estratégica para o país e necessita saber que há um claro apoio para o seu crescimento (dotações de rega adequadas, soluções fitossanitárias para fazer face à diminuição dos riscos de pragas e doenças, e regras do seguro de colheitas adaptadas às características desta cultura), por parle ela Administração Pública", referiu António Saraiva, diretor executivo ela Portugal Nuts.

"São objetivos da Associação de Promoção de Frutos Secos aumentar a sua representatividade agregando mais associados, melhorar as competências dos produtores nacionais e promover a produção nacional, com particular foco na cultura ela amêndoa, já que Portugal estará entre os cinco maiores produtores mundiais, a muito curto prazo" acrescentou.


Nas quatro mesas redondas, que este ano fizeram parte do evento, foram explorados temas como 'Implicações para a produção: o que fazer hoje?', 'Como podemos fazer melhor e diferenciar-nos?', 'Como se vão comportar os mercados', 'Aumentar o consumo de frutos secos: alimentação e experiências'. Os paineis foram o espaço de debate de algumas ideias importantes para o setor como o efeito das alterações climáticas nas plantas, a importância da transformação da água, a criação ele um ecossistema favorável no sul do país, a relevância dos seguros na agricultura, a intensificação dos sistemas de produção sustentáveis e ainda a inovação que este tipo de produtos pode trazer à alimentação.


Em declarações ao Hipersuper, António Saraiva defendeu que os congressos da Portugal Nuts "são sempre

momentos importantes para os associados e demais participantes", pela relevância e atualidade dos programas e pela grande adesão. O diretor executivo da associação destacou a qualidade dos oradores principais e das mesas-redondas que se debruçaram sobre o tema das suas apresentações. Destacou ainda o facto de numa delas, ter reunido em direto um representante do Almond Board of California, o CEO do Almond Board of Australia, o vice-presidente da Almendrave (Espanha) e um diretor da Portugal Nuts, "para urna antevisão do que pode ser a evolução cios preços nos próximos cinco anos", num painel "que cobriu dezassete fusos horários". A terceira edição do congresso foi ainda palco do anúncio da pós-graduação em Produção Sustentável de Frutos Secos, que acontecerá em 2025, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja, ministrada em formato híbrido (presencial e online), para capacitação de técnicos e interessados nestas culturas. De referir que a Portugal Nuts reúne 56 associados, desde produtores a processadores, cobrindo cerca de 19.000 hectares de novas plantações, nas culturas de amêndoa e noz. Tem como missão ser uma entidade de referência, que promove a partilha de conhecimento e a adoção de práticas sustentáveis, fomentando uma produção e indústria que se posicionem em mercados de valor, comunicando as suas características e incorporando na sua oferta os requisitos dos seus clientes e da sociedade.


Tem como objetivo o estudo, experimentação, demonstração e divulgação de práticas culturais adequadas à realidade nacional dos pomares ele frutos secos, e que conduzam ao aumento ela competitividade dos seus associados, bem como a defesa e representação cios interesses dos associados junto ele todas as entidades, oficiais ou privadas, de âmbito nacional ou internacional.





Fonte: Hipersuper, 1 Junho 2024

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